terça-feira, 2 de setembro de 2008

Profissionais opostos

O bom

Neste 1º de setembro, o goleiro São Marcos de Parque Antártica recebeu o título de cidadão paulistano na Câmara dos Vereadores de São Paulo.

Justa homenagem, mais do que merecida. Aliás é pouco para um sujeito que, cada vez mais, é um tipo raro no futebol.

O tipo honesto.

Marcão foi campeão do mundo com a Seleção, campeão da América pelo Palmeiras, além de tantas outras conquistas.

Poderia ter deixado o clube após o rebaixamento em 2002, quando acabara de ganhar a Copa do Mundo e propostas do exterior não lhe faltavam.

Permaneceu no Brasil e jogou em Garanhuns (nada contra a cidade, é apenas para exemplificar) com a mesma dignidade e dedicação com que jogara, poucos meses antes, nos estádios mais modernos do planeta durante a Copa do Japão e da Coréia.

Sujeito simples, "caboclo" do interior que adora uma boa resenha, como ele mesmo costuma dizer.

Parabéns Marcão, o mais novo paulistano!

E o mau

Também nesta segunda-feira, o meia-atacante Robinho oficializou sua transferência para o futebol inglês.

Não para o Chelsea, de Felipão, como ele sonhava.

Trocou o gigante Real Madrid pelo mediano Manchester City. Não irá jogar a Liga dos Campeões (maior campeonato de clubes da Europa) e dificilmente disputará algum título com o clube onde também atuam os brasileiros Elano e Jô.

Os madrilenhos não desejavam liberá-lo, principalmente para outro grande clube europeu, mas viram-se sem saída diante do comportamento irresponsável do brasileiro que, dias antes, declarou não estar mais com a cabeça no clube.

Exatamente como fizera no Santos em 2005, quando o Real demonstrava interesse em seu promissor futebol.

Não me surpreende em nada que seu empresário seja Wágner Ribeiro, que já foi assunto de um post anterior, justamente pela maneira como seus atletas costumam sair dos clubes onde jogam.

O próprio presidente madridista, Ramón Calderón, declarou que Robinho não foi negociado por dinheiro, e sim por causa do caráter, para o bem do ambiente no clube. Completou ainda que o atleta era talentoso, mas muito mal orientado.

Robinho, com seus 24 anos, ainda tem tempo de sobra para dar a volta por cima e vencer no futebol. Mas deixando-se ser guiado por um sujeito como Ribeiro, e com atitudes que colocam em xeque o seu próprio caráter, fica meio difícil ver alguma perspectiva.

Um pouco menos de habilidade, com um pouco mais de neurônios talvez fizessem com que ele chegasse, ao menos, perto do jogador que ele acha ser.

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