quarta-feira, 23 de abril de 2008

Saiu no Observatório da Imprensa

MÍDIA E POLÍCIA

Se o pão é pouco, aumente-se o circo

Por Carlos Brickmann em 22/4/2008

Já se falou, sobre o caso, do filme A montanha dos sete abutres [ver aqui]; lembremos agora o imortal samba De frente pro crime, dos grandes João Bosco e Aldir Blanc.

Diante do corpo estendido no chão, "o bar mais perto depressa lotou/ malandro junto com trabalhador/ um homem subiu na mesa de um bar/ e fez discurso pra vereador".

A menina Isabella, 5 anos, morreu estendida no chão, atirada pela janela de um prédio. O crime comoveu São Paulo; a audiência dos telejornais subiu 46%. E, na guerra de audiência, vale tudo: vale provocar comoção popular, vale juntar multidões em frente à casa dos parentes da menina morta, vale dizer o horário em que o tio da prima da vizinha do porteiro almoçou, vale transformar tudo em espetáculo. Sigilo do processo? Besteira: as autoridades devem estar roucas de tanto dar entrevistas. Chegou-se ao extremo de providenciar banheiros químicos e uma tenda, gastando dinheiro público, para atender à multidão de curiosos que se aglomeraria em frente ao local onde dois suspeitos prestariam depoimento.

"Veio um camelô vender pastel/ cordão, perfume barato/ E a baiana pra fazer pastel/ e um bom churrasco de gato/ Quatro horas da manhã, baixou/ um santo na porta-bandeira/ e a moçada resolveu parar, e então/ tá lá o corpo estendido no chão."

Há tempos, em algum lugar do país, num desses casos rumorosos, um advogado procurou o delegado que tomaria o depoimento de seu cliente e lhe perguntou se era possível comparecer à delegacia sem alarde, sem multidões. O delegado disse que não: recebera ordens "de cima", para avisar o horário do depoimento, e permitir que os "de cima" chamassem imprensa e multidão. As autoridades se aliam à imprensa para transformar a investigação em show, a punição dos culpados em linchamento, a Justiça em espetáculo. Instiga-se a população a descrer do processo judiciário democrático e a pedir justiça com as próprias mãos.

Quem matou Isabella? Há dois suspeitos e uma certeza: se a investigação não seguir os caminhos corretos, legais, discretos, com coleta de provas, com a construção precisa e científica da acusação, será difícil ter a resposta. Afinal de contas (e isso se sabe desde o episódio de um certo Barrabás, ocorrido há muito tempo, quando nenhum de nós havia ainda nascido) berreiro nas ruas não é justiça.


Prender, condenar

Autoridades e imprensa formam, nesse tipo de caso, um casal inseparável: um não existe sem o outro. A TV não pode viver exclusivamente das informações sobre o cardápio do café da manhã do tio de um dos suspeitos; precisa de autoridades prestando declarações indignadas. As autoridades precisam da imprensa para aparecer na TV e nos jornais, para desfrutar os instantes de fama, para ganhar prestígio junto aos escalões superiores. E, enquanto um desfruta do outro, esquece-se o importante: a juntada de provas. Depois, quando o acusado é absolvido, vem aquela conversa surrada de que a polícia prende e a Justiça solta. Não é bem assim: não há juiz que deixe de condenar se houver provas concretas.


A voz do advogado

Texto sobre o caso Isabella, publicado no portal Migalhas, na segunda-feira (14/4), assinado pelo advogado Edgard Silveira Bueno Filho, do escritório Lima Gonçalves, Jambor, Rotenberg & Silveira Bueno:

"Não sou advogado criminalista. Não tenho qualquer interesse no caso, mas não consigo não me indignar com esses abusos que são cada vez mais freqüentes em nosso país. Temos que nos decidir se somos ou não somos um estado de direito que, antes de julgar as pessoas, deve observar o devido processo legal. Senão, é o caso de voltarmos ao estágio da vingança e do apedrejamento em praça pública. Mas não reclamemos quando a vítima vier a ser um de nós."


O caso Cabrini

Culpado ou inocente?

Se este colunista soubesse a resposta, todo o pessoal da polícia que se dedica à investigação e elucidação de crimes poderia aposentar-se e ficar em casa. E o problema, numa coluna dedicada a comentários sobre a imprensa, é outro: é o que está sendo divulgado sobre o caso do jornalista Roberto Cabrini.

Há muita coisa esquisita na história. Primeiro, tudo o que este colunista já leu sobre drogas indica que pessoas de bom poder aquisitivo não vão a locais perigosos para fazer suas compras: têm o privilégio de recebê-las a domicílio, entregues por pessoas bem-vestidas e de aparência insuspeita. Segundo, não compram drogas "picadas", mas em quantidade suficiente para algum tempo de consumo. O livro de Nélson Motta sobre Tim Maia, por exemplo, em várias passagens faz referências a sacolinhas de cocaína, a pacotes (ou latas) de maconha.

Terceiro, a história do carro. Tudo bem, um belo automóvel importado num lugar estranho merece investigação. A polícia se aproxima, o dono do carro mostra seus documentos em ordem, diz que está lá por livre e espontânea vontade, não há ninguém por perto a ameaçá-lo. Por que, então, revistar o carro?

A história de Cabrini também é curiosa. Pode ser que, para conquistar a confiança do tráfico, tenha cheirado alguma coisa. Às vezes acontece. Aliás, se fosse viciado, teria a saída pronta: sou viciado, sim, preciso de ajuda e tratamento, não tive a coragem de fazê-lo até agora por ser uma pessoa pública, e peço que os sacerdotes da Igreja Universal, ligada à Rede Record, me ajudem a sair deste problema. Ao não optar por essa solução, Cabrini mostrou a confiança que tem em sua história.

O que se espera é que a imprensa, no caso do colega, se comporte como se fosse uma pessoa de outro ramo: acompanhe as investigações, noticie, comente, sem a preocupação de atingir um concorrente ou de beneficiar um companheiro. E, claro, sem deixar que a eventual inveja do colega que ganha bem e tem notoriedade influencie a cobertura. É difícil; mas o próprio caso de Pimenta Neves, jornalista bem pago e bem sucedido, que matou a ex-namorada, mostra que a imprensa é capaz de noticiar seus problemas com correção e isenção.


Como é mesmo?

Tudo saiu na mesma notícia, num respeitado portal da internet:

Título: "PF apreende mais 6 PCs da Casa Civil"

Texto (parte 1): "A Polícia Federal apreendeu na tarde desta terça-feira (8) sete computadores na Casa Civil da Presidência da República."

Texto (parte 2): "Segundo a PF, foram apreendidos cinco computadores portáteis e um de mesa."

Pode chamar os universitários: quantos computadores foram apreendidos? Por enquanto, o 6 está ganhando do 7 por 2x1.


D’além túmulo

Texto publicado num grande jornal: "Em 1993, foi a vez de Courtney Love e Kurt Cobain (morto, ex-vocalista do Nirvana) passearem pelo lobby".

Dizem que o falecido até hoje aprecia muito o local.


E eu com isso?

Caro colega, o mundo está por demais complicado. Assaz complexo. Tem autoridade querendo ser popstar, tem coleguinha que já é popstar querendo ser autoridade, coisa muito chata. Mas temos notícias absolutamente necessárias, essenciais, que com certeza farão de nosso dia-a-dia algo muito diferente. Por exemplo:

1. "Grávida de seis meses, Nicole Kidman sofre de enjôos matinais"

2. "Amy Winehouse não é uma boa babá"

3. "Victoria Beckham é flagrada em supermercado de Beverly Hills"

Esta é de cocheira: sabem o que é que ela estava fazendo? Compras!


O grande título

Coisas finas, coisas finas. Comecemos com um título da seção de Gastronomia de um jornal conhecido, de grande circulação:

** "Carne de temperamento difícil e sabor agradável"

Esclarecer que a notícia está na seção de Gastronomia é essencial. Sem esse esclarecimento, que é que nosso leitor poderia pensar? Mas não é nada disso, não: trata-se de uma referência a costelinhas de cordeiro.

O próximo é da seção de Ciências, área de Medicina Popular:

** "Chifre pode matar se virar afrodisíaco"

De novo: se não tivéssemos esclarecido a seção em que saiu esse título, que é que o leitor poderia pensar?

E temos a obra-prima da semana:

** "Salsichas octogenárias no subsolo de metrô apetitam"

Um dia alguém certamente o explicará.

O Caso Isabella e a mídia

Por Boni

http://bloglog.globo.com/boni/

Não há como fugir do assunto.

A mídia, no entanto, tem que se policiar.

Não dá para roer os ossos.

Com a carga dramática que o crime encerra a mídia não pode carregar nas tintas e acentuar o que já é trágico por si só.

Há , inclusive, o risco de saturação em qualquer veículo.

De repente ninguém aguenta mais.

Não quero avaliar se este ou aquele veículo fez uma cobertura mais correta, mas a coisa está ficando insuportável.

Creio que só a informação factual interessa agora.

Se nada de novo houver para dizer, se nenhum fato novo ocorrer, insistir no assunto é perigoso.

Especialmente a televisão, pela sua agilidade, tem que se comportar nessa linha factual.

A cobertura de casos que provocam uma comoção nacional é cheia de armadilhas e as distorções de cobertura ocorrem no mundo inteiro.

Aconteceu aqui nos Estados Unidos com o O.J. Simpson.

Aconteceu na Europa com o desaparecimento da Madeleine em Portugal.

Mas tem uma hora que chega.

Vira cachorro correndo atrás do próprio rabo.

Por isso guerra de audiência não vale.

Quando o drama não for mais manchete dos jornais e não segurar mais o IBOPE da TV, tudo voltará ao que era antes.

Mas se houver sensacionalismo as marcas da exploração demoram para ser apagadas.


Meu verdadeiro adeus ao Peixe

Ao Peixe, com carinho

"Quando eu nasci, Deus olhou pra mim e disse: Esse é o Cara!"

E realmente ele é o cara, aos 42 anos de idade, mais da metade dedicado ao futebol e 1002 gols depois, o Baixinho anunciou sua aposentadoria.

Vai deixar saudade.

Principalmente num tempo marcado por discursos prontos, "bom mocismo", hipocrisia e (em alguns casos) pouquissimo futebol, a irreverência e genialidade do Peixe farão muita falta.

Dono de frases e tiradas incomparáveis como a que inicia esse texto, ou então "O Pelé de boca fechada é um poeta" entre tantas outras, o Peixe fez o que quis no futebol, e com certeza aproveitou mais do que qualquer outro atleta na história a sua carreira.

Apesar da irreverência e do bom humor, o Baixinho também soube ser sério quando preciso, dentro e principalmente fora de campo. Quando muitos poderiam pensar que a vida pudesse ter lhe pregado uma peça, Romário foi exemplo de pai e de homem ao abraçar a causa e tornar-se embaixador dos portadores de Síndrome de Down desde o nascimento de sua filha Ivy que é portadora da síndrome.

Romário foi um gênio da bola, o "gênio da grande área" como o apelidou Johan Cruyff, foi artilheiro, ganhou fãs, admiradores, amigos e desafetos, ganhou uma Copa e será eterno ídolo do futebol.

A nós, meros mortais, caberá apenas o dever de dizer aos nossos filhos, sobrinhos e netos aquilo que nossos pais, tios e avós já nos disseram sobre os gênios de outros tempos:

Eu vi Romário jogar... e ele jogava pra ca#@&*o!!!!

Tirado do Blog do Juca

Assim falou Zaratustra

Por ROBERTO VIEIRA

Nietzche não gostava de futebol. Poucos filósofos gostavam no final do século XIX.

Mas de vez em quando sua lucidez era fria e sábia. Até no futebol.

Seu único encontro com a pelota bretã se deu nos jardins da Família Rothschild em Viena.

Os jardineiros ingleses batiam uma pelada, quando de repente, uma briga transformou os jardins da mansão em praça de guerra.

Tudo por causa de uma bola.

Pouco depois, lembrando o episódio, Nietzche escreveu que 'o amor é o estado no qual os homens têm mais probabilidades de ver as coisas tal como elas não são'.

Assim é a paixão no homem. Assim é a paixão no futebol.

Pergunte a um são-paulino sobre os distúrbios em campo no domingo.

Depois, pergunte a um palmeirense.

Com certeza, haverá duas respostas diferentes. Ambas cobertas de paixão. Ambas repletas de razão.

Pergunte a um flamenguista sobre as lágrimas dos botafoguenses.

Depois, pergunte a um botafoguense sobre as lágrimas dos próprios botafoguenses.

A mesma lágrima carrega em si dois significados.

Certo, errado. Mão e gás. Verde, tricolor. Ganhar, perder.

A beleza do jogo está na bola que chega na rede e liberta o homem. Transformando o esporte em paixão.

Mas, nunca em uma guerra.

A lágrima de hoje é o gol de amanhã. O adversário de hoje somos nós mesmos nas arquibancadas do dia seguinte.

Ou, como diria Nietzche, Nietzche que não gostava de futebol.

'As convicções são inimigas da verdade bem mais perigosas que a mentira'.


Abrindo precedentes

O Presidente Lula anda irritado com os questionamentos sobre a sua mudança de postura, querendo agora bater o pé contra os argumentos do presidente eleito do Paraguai, Fernando Lugo, no caso da manutenção dos termos do Tratado de Itaipú ao contrário do que fez com Evo Morales no caso da nacionalização do gás na Bolívia.

Para rebater os críticos, parece que o presidente tem respondido que as reivindicações paraguaias são tão verdadeiras quanto o uísque vindo de lá.

Já os argumentos de Morales eram tão puros e "de primeira" quanto a produção nacional boliviana né!?

Segura porque o santo é de barro

Imagem de São Jorge é quebrada no Corinthians

A cúpula corintiana se reuniu na tarde desta quarta-feira para festejar na sede do clube o dia de São Jorge, padroeiro alvinegro. A gafe na cerimônia ficou por conta da quebra da imagem do santo.

No momento em que o andor era levado para dentro da capela do clube, as pessoas que o carregavam se desequilibraram e acabaram derrubando a estátua no chão.

A imagem, abençoada pelo Papa João Paulo 2º em 1990, fora adquirida por Marlene Matheus para o clube. A atual vice-presidente Social compareceu ao evento, assim como o mandatário Andrés Sanchez.

Opositores da atual administração corintiana também compareceram, como os conselheiros Paulo Garcia e Antônio Roque Citadini. Nenhum jogador esteve na cerimônia, que teve a presença de cerca de 300 devotos.

A homenagem começou com uma procissão dentro do Parque São Jorge, que teve uma de suas alamedas cobertas por serragem. Depois, foi celebrada uma missa no salão nobre.

Gazeta Press


Comentário: Se até o santo padroeiro, que foi abençoado pelo Papa, caiu e quebrou. O que esperar do clube abençoado por Kias, Dualibs, Andrés entre outros?

A culpa não é do Muricy

O São Paulo Futebol Clube tem uma partida decisiva nesta quarta-feira às 21:50h no estádio do Morumbi contra o Atlético Nacional da Colômbia.

Partida essa que pode definir os rumos do tricolor durante o restante de toda a temporada.

Não só o destino do clube, como o de alguns jogadores e do treinador Muricy Ramalho, que corre o risco de perder o emprego em caso de uma desclassificação prematura na Copa Libertadores da América.

A questão é: demitir Muricy agora é a solução?

Tudo bem, ele tem errado feio em bancar atletas como Fábio Santos (mal física e tecnicamente) e Richarlyson (mostrando seu verdadeiro futebol depois de 6 meses de supervalorização de suas medíocres qualidades), mas, no restante, o que ele tem em mãos para escalar?

O time vendeu Souza e Leandro para "investir" em ter Joílson(!?) no lugar. Juninho veio sem um pedido e contra a vontade do treinador, e até agora não justificou sua chegada.

Quem vê a nova aposta da categoria de base, Sérgio Mota, em campo acha que o garoto de 17 anos já ganhou umas 3 Copas do Mundo, tamanha a "pose" com que joga o rapaz.

O ágil Éder Luiz foi contratado com tanto atraso pelos competentes Juvenal Juvêncio e Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, que acabou só podendo jogar pela Libertadores (e olhe lá).

Atraso esse que não ocorreu na vinda de Carlos Alberto (esse aliás foi afastado com igual agilidade), que pelo que já fez nos clubes onde passou, não deveria nem ter chego perto do clube, quanto mais vestido a camisa.

Só um detalhe, a aposta em Carlos Alberto foi de Marco Aurélio Cunha.

O lateral Júnior já está com 35 anos e Richarlyson nunca me enganou nem como jogador de futebol (quem dirá como ala), e por que não começaram a preparar algum garoto da base no ano passado quando o time estava bem já que Jadílson seria liberado pra outro clube?

O tão alardeado planejamento da cúpula tricolor foi única e exclusivamente para o golpe de Estado realizado pelo presidente Juvenal Juvêncio na mudança do estatuto do clube alterando a duração dos mandatos presidenciais de 2 para 3 anos, e também para sua própria reeleição.

Para o campo de futebol? Nada! Absolutamente nada! Apenas marketing e muita "falácia".

Mas obviamente nem tudo foi ruim ou errado.

Adriano foi uma aposta boa da diretoria (tanto na contratação, quanto na insistência com o rapaz) e Alex Silva, que só agora voltou de lesão, melhorou sensivelmente a qualidade da instável defesa são-paulina.

Jorge Wágner foi contratado em definitivo, Éder Luiz ainda pode "dar caldo" até o fim do ano e o jovem lateral Éder pode se confirmar numa boa aposta, Hernanes cada vez mais se firma como futuro companheiro do ex-gremista Lucas naquela que deverá ser a dupla de volantes da Seleção em alguns anos.

O time em geral não é ruim, mas o clima de instabilidade criado pela presença de certos jogadores no elenco dificultam, e muito, a montagem de um time ideal.

Muricy peca por ser "turrão", mas a inaptidão e a "sutileza" de Leco em suas declarações devem ser um belo pé-no-saco pra se aturar todos os dias e tentar trabalhar em paz.

Enfim, é difícil pra mim, que tanto critiquei e critico o técnico tricolor admitir, mas a culpa está longe de ser do Muricy, dessa vez.

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Muito obrigado!

Obrigado, Peixe!

Por ROBERTO VIEIRA

Prezado Peixe,

Sei que muita gente não te entendeu. Eles recordam dos últimos anos quando os teus gols quedaram raros, finitos. Quando você se tornou aparentemente dispensável, supérfluo.

Mas, a imensa maioria dos brasileiros te lembra em 1994. Quando a nossa esperança era você e mais dez.

O Brasil era um lugar soturno. A inflação e a corrupção velaram uma geração de brasileiros. Numa curva de Ímola, Senna, nossa única alegria aos domingos, se imortalizara.

O Brasil era um país de luto.

Não tinhamos dinheiro no bolso. O futebol era uma coleção de fracassos. A gente tinha incorporado novamente nossa alma viralata.

Alguém lembrou 1993. O Maracanã lotado. Você chegando calado. Entrando em campo sério. Detonando o Uruguai com a autoridade dos craques.

O Maracanã chorou de alegria. Lembrou de Zizinho, de Garrincha, de Zico. Lembrou do gol.

O Barcelona e o PSV te idolatravam. Mas a gente tinha te esquecido. Ingratos.

Você nos presenteou com a esperança. O presente mais belo que pode ser ofertado na vida e no futebol.

E lá foi você, Baixinho, ser Peixe na Copa.

Rússia, Camarões e Suécia. Um gol cada. Um toque. A rede balançando de mansinho. Feliz na terra do soccer.

O país queria acreditar, diria mais. O país precisava acreditar. Em Romário. No Real.

Holanda. Eles nos atacaram e você decretou seu fim em um novo Guararapes. Nosso Antonio Felipe Camarão, desculpe, Antonio Felipe Peixe!

Quando Branco chutou aquela bola, você foi craque! Você foi craque até sem tocar na bola.

Vinte e oito anos e campeão do mundo, Peixe. Marcando gol de cabeça nos gigantes suecos. Como o Rei.

O que seria do Brasil de 94 sem você?

Um peixe fora d'água.

Sei que muita gente não te entendeu. Eles recordam dos últimos anos quando os teus gols quedaram raros, finitos. Quando você se tornou aparentemente dispensável, supérfluo.

Mas, a imensa maioria dos brasileiros te lembra em 1994. Quando a nossa esperança era você e mais dez.

Romário das onze camisas.

Romário dos 1002 gols. Romário que teria vaga em qualquer seleção brasileira de todos os tempos.

Agora que você deixa os campos e desfila nas enciclopédias do futebol.

Só nos resta dizer humildemente:

Obrigado, Peixe!

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Notinha curta

Apenas uma nota do dono deste blog e aniversariante desta terça-feira sobre o jogo de ontem entre São Paulo e Palmeiras:

MUITO OBRIGADO TRICOLOR PELA ALEGRIA DO FINAL DE SEMANA! VALEU IMPERADOR!

Abraços.

sábado, 12 de abril de 2008

Má Fé

Fiéis da Universal são condenados por litigância de má-fé no ES e RJ

Redação Portal IMPRENSA

Em ações de danos morais movidas nos estados do Espírito Santo e Rio de Janeiro contra o jornal Folha de S. Paulo, fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus foram condenados por litigância de má-fé, ou seja, uso da Justiça para fins ilícitos. As ações referem-se à reportagem "Universal chega aos 30 anos com império empresarial", publicada em dezembro e dirigem-se ao jornal e à repórter Elvira Lobato.

As sentenças entendem que a ação dos fiéis tem o objetivo de "tolher a atividade jornalística" e "promover a intimidação e retaliação da imprensa". Para o juiz Valeriano Cazário Bolzan, da comarca de Venda Nova do Imigrante, no Espírito Santo, "a matéria jornalística não ofende a liberdade religiosa ou sequer critica o ato de fé daqueles que entregam o dízimo".

Os fiéis que moveram ações em todo o país dizem-se ofendidos com a colocação da repórter sobre a possibilidade de que os dízimos dos fiéis fossem "esquentados em paraísos fiscais". Para Bolzan, "a expressão 'esquentamento' do dízimo não significa, no contexto, que a origem do dinheiro (dízimo) seja ilícita, não havendo que se falar em difamação".

Em Conceição de Macabu (RJ), o juiz Livingstone dos Santos Silva Filho constata que o réu não provou ter havido ofensa. Ele destaca que o jornal Folha de S. Paulo não tem distribuição na cidade e que os moradores não têm acesso ao seu conteúdo pela Internet.

Segundo a Folha, até quinta-feira (10), foram ajuizadas 85 ações, das quais 28 sentenças foram proferidas a favor do jornal.

Com informações da Folha de S. Paulo.

Idiota (Bons amigos)

Sabem qual a melhor coisa de agir feito um perfeito idiota?

Os amigos.

Aqueles que estão ali te dando um apoio enquanto você se confessa da burrada que fez e está arrependido até verem o "tamanho" da merda que você cometeu e dizem:

"É, realmente você foi uma besta."

Além de ficarem tirando sarro da sua cara...

Fazer o que? A culpa foi sua mesmo né!?

O sabor amargo da vida


Acordar cedo.
Transito.
Trabalho.
Estresse.
Almoço.
Chefe.
Estresse.
Dor de cabeça.
Desamores.
Cigarro.
Faculdade.
Aula.
Cigarro.
Aula.
Discussões.
Bar.
Brahma... ahh! O amargo sabor da vida!

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Uma Ferrari tá bom?

Eis aqui a declaração de Rubens Barrichello ao jornal Folha de São Paulo, à rádio Lance e outros veículos de comunicação:

"Se me derem um carro, ainda serei campeão."

Tenha dó né!?

Deu no blog do Juca

Nem de roxo nem de branco e preto

A direção corintiana anuncia que o time não usará a camisa roxa nos clássicos.

Faz bem, porque não teria mesmo nenhum sentido um Corinthians de roxo contra um Palmeiras de limão.

Mas faltou a cartolagem falar a verdade inteira: o Corinthians não disputará mais nenhum clássico neste ano, exceção feita à remotíssima possiblidade de ainda enfrentar o Palmeiras na Copa do Brasil.

(Dor de cabeça) Crônica

Quanto demora um amor

Quanto tempo demora um amor? - ele sempre perguntava.
Sempre lhe disseram que poderia levar uma vida inteira pra chegar.

Mas se demorar tanto assim, quanto ainda me sobrará para aproveitá-lo? - dizia.
Os mais velhos lhe respondiam: O suficiente.

"O suficiente..."
Nunca entendera essa vaga afirmação direito.

De tudo o que viveu, caminhos e descaminhos.
Nunca se contentara, achara sempre que havia mais por viver.

Por amar.
Por fazer.

Por muito tempo ele achou entender algo que nunca teve.
Dos braços e abraços em que esteve, nunca viveu de verdade.

Até que um dia finalmente ele descobriu.

Que um amor pode demorar uma vida pra chegar.
Mas leva um segundo apenas para se sentir.

E quando sentiu ele achou que seria igual aos passados.
E hoje ele se pergunta quanto tempo demora um amor...

... para se esquecer.

E não acorrege eu!!!

Então galera, é o següinte:

Esse brogui aqui é automôno e portanto, além de ser feito por um único homi só, ele mesmo sozinho sem a ajuda de ninguém, mais ninguém mesmo... também não conta com nenhum editô, revisô ou qualquer outro infiliz pra ajudar...

Portanto...

São tudo achismos mesmo e fod@*$-se certo!?

Abraços!

domingo, 6 de abril de 2008

É preciso saber respeitar

Estive acompanhando nesses últimos dias as notícias sobre o caso da morte da menina Isabella Nardoni e toda a comoção gerada em torno do acontecido.

Por mais lamentável que possa ser a perda de uma vida, ainda mais de uma criança, e nas circunstâncias em que se deu a tragédia, creio que a cobertura da imprensa tem sido exagerada em certos pontos.

Como bem disse um jornalista (do qual agora não me recordo o nome), não se pode arriscar cometer os mesmos exageros do caso da Escola de Base.

Além do fato de ainda estarem ocorrendo as investigações sobre a morte de Isabella, e portanto não há ninguém que possa ser definido como culpado ainda, também tem ocorrido "ataques" desmedidos da imprensa em busca de declarações da mãe da menina.

Ora, por mais que haja interesse de toda a população em descobrir o que de fato ocorreu na noite em que a menina morreu, creio que não haja gente tão insensível ao ponto de querer exigir que a mãe da criança se pronuncie sobre o fato num momento tão complicado.

Quando, finalmente, as investigações acabarem e ficar provado, ou não, que o(s) suspeito(s) realmente cometeram esse assassinato hediondo, aí sim todos poderão declamar suas mais ácidas críticas e despejar sua revolta contra eles.

Mas por enquanto são tudo "achismos".

E justamente por isso acho que a imprensa deve abrandar sua verve de querer dar um furo jornalístico e refletir melhor sobre as informações que vem divulgando para não atrapalhar as investigações e nem criar uma "fogueira da Santa Inquisição" com a opinião pública.

Vamos respeitar o pai e a madrasta da menina até que a justiça prove que eles não são dignos de tal respeito, mas acima de tudo respeitemos a dor e o momento difícil daqueles que realmente sentirão a falta de Isabella.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Pensando em todos vocês

Mais que meros amigos

Tem certas coisas na vida que simplesmente não se sabe.
Aliás, é melhor nem saber, não explicar, elas simplesmente acontecem.

E assim nós acontecemos.
E assim nós estamos.

É gostar sem saber ou querer explicar o por quê.
É não ter que explicar ou concordar.
É simplesmente se entender.

Sabe aquela "saudadezinha" beeeeeem fraquinha que bate no final do domingo?
E que vai aumentando até chegar o fim da segunda quando saímos todos do trabalho e poderemos, enfim nos reunir?

Não, não sabe.
Ninguém sabe.
Nem dizer e tampouco explicar.
Apenas se sente.

Daí nos reunimos e o riso rola solto.
Lágrimas, gritos e alguns resmungos também.
E ali estamos, vivendo e sendo...
Muito mais que meros amigos.


Danilo Pádua

Coração de estudante

Galera, é semana de provas na faculdade então está literalmente fod... escrever aqui.

Desculpem-me pela ausência.

Abraços