quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Parada Cultural

Bom, pra poder compensar um pouco a ausência da última semana, vamos dar aqui também uma breve dica de boa leitura.

No livro “A Audácia da Esperança – Reflexões sobre a reconquista do sonho americano”, escrito pelo senador norte-americano Barack Obama, são tratadas de forma bastante simples as situações política, econômica e social dos Estados Unidos. Além disso, Obama também dá sua opinião a respeito de assuntos polêmicos como o aborto, a influência da Igreja no Estado e a guerra no Iraque.

Porém, o que eu achei de mais legal neste livro, foi a forma como todos esses assuntos foram tratados, já que o senador fala sobre diversos temas que geralmente são cansativos, mas sempre mantém uma linha de raciocínio ágil, nunca estendendo-se além do ponto adequado.

Ele vai e volta entre os mais variados temas, de política externa até a falência do atual sistema tributário e de saúde pública norte-americanos sem ser repetitivo em suas impressões ou argumentos.

Já a parte mais tocante e, conseqüentemente, o ponto alto do livro, é quando Obama fala de sua família, da infância passada na Indonésia, as dificuldades vividas por ele, enquanto jovem negro, para se formar num bom colégio e arranjar um emprego.

Narra como conheceu, e a admiração que possui por sua esposa Michelle, o nascimento das filhas Malia e Sasha, além das dificuldades pelas quais tem passado na tentativa de conciliar a vida pública e suas obrigações como marido e pai.

Enfim, um livro honesto e de fácil leitura, esclarecedor sem parecer didático. Um texto que está longe de nos decifrar este “monstro” gigante do capitalismo chamado Estados Unidos, mas ao menos mostra que lá existe muita coisa além da guerra de extremos do tipo “Bush x Michael Moore” que costumamos ver nos documentários.

Barack Obama é o mais recente senador eleito pelo estado de Illinois. Começou a carreira como coordenador comunitário. Formado em Direito pela Universidade de Harvard, e é candidato às prévias do Partido Democrata para disputar a eleição presidencial nos EUA em 2008.



Onde Comprar:

Livraria Cultura

Americanas.com

Submarino

Apertem os cintos pois a Copa vem aí!

Agora é oficial: o Brasil foi escolhido como o organizador da Copa do Mundo de 2014, exatos 64 anos após a realização da última Copa no país.

E a pergunta que me vem à cabeça agora é: Quem vai pagar a conta?

Se o Pan-Americano, realizado em apenas uma única cidade, e que sequer está entre os principais eventos esportivos do continente, chegou aos absurdos 4 Bilhões de reais (quase seis vezes mais que o orçamento inicial programado de R$ 700 milhões), quem dirá a Copa do Mundo, que é o evento esportivo mais aguardado em todo o planeta junto com os Jogos Olímpicos?

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, disse que não deseja a interferência pública na organização Mundial, e espera apenas que o governo encarregue-se da infra-estrutura do país, enquanto o Comitê Organizador irá buscar apoio na iniciativa privada para a realização de reformas nos estádios e na construção de todas as estruturas relacionadas exclusivamente ao Mundial.

Duvido muito, e vou pagar pra ver.

Na verdade acabaremos todos pagando pra ver, pois, exceto alguns clubes que apresentaram projetos relativamente concretos para reforma de seus atuais estádios, a maior parte está aguardando a empolgação e o lobby dos governantes de seus Estados arrebatarem uma das seis ou oito sedes restantes (de um total de doze sedes possíveis, quatro já estão mais do que definidas: Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo), para poderem mamar nas tetas do dinheiro suado de nossos impostos para realizarem as suas obras e engordarem suas respectivas contas bancárias.

Haja impostos, e haja paciência de todos nós para agüentarmos esses devaneios megalomaníacos que atacarão nossos (des)governantes na ânsia de exibirem a “melhor sede da Copa”.

Tomara que pelo menos os estádios que forem reformados e/ou construídos ajudem a criar um novo ciclo de modernização, ao menos, na estrutura física de nosso futebol, como foi gerado a partir do fim dos anos 1940 em nosso futebol, com a profissionalização dos atletas e os investimentos gerados em função da Copa que estava por vir.

Que pelo menos estádios modernos e adequados possam ser utilizados mesmo após a Copa, por que esperar dirigentes modernos e adequados ao nosso futebol e ao nosso país em “apenas” sete anos, já seria querer demais.

Deu no blog do Birner

Ele evita decisões por pênaltis

De Vitor Birner

Noticiei, faz tempo, que Gustavo Nery tem pavor de decisões por pênaltis.

Domingo, no programa Mesa Redonda da Tv Gazeta, o salvador Finazzi disse que estava com dor na perna e cedeu a oportunidade a Gustavo Nery.

A resposta era previsível.

“Também estou com dor. Cobre você”.

Finazzi converteu!

A apreensão de Nery por causa da pressão é compreensível.

A fuga vergonhosa, não.

O pessoal do São Paulo me disse em 2004.

Lembra quando o time de Cuca tomou o gol da eliminação contra o Once Caldas na semifinal da Libertadores de 2004 ?

Recorda que Nery conversava com o treonador a beira do gramado ?

Ele pedia para sair.

Não queria participar dos pênaltis decisivos que estavam por vir.

Quer mais ?

Corinthians e Figueirense pela Copa do Brasil de 2006.

Aquela meeeesma do Cianorte.

Gustavo Nery cobrou pênalti na decisão, após a derrota por dois a zero em Floripa ?

Claro que não.

Tevez e Marcelo Mattos converteram.

Carlos Alberto, Roger e Sebá erraram na derrota por três a dois.

Nery foi mantido até o final por Daniel Passarela. então treinador do alvinegro.

Quem dirá que Sebá chuta melhor que o polivalente?

Lembro que no São Paulo, chegou a ser o cobrador oficial.

E pasme: Um bom cobrador.

Quase foi para a Copa do Mundo de 2006.

Dá pra ver como Parreira estava mal informado.

Cansei de falar e escrever sobre isso.

Como alguém que não rende contra o Once Caldas vai crescer numa decisão diante, por exemplo, da Argentina?

Falha nossa

Olá amigos!

Provavelmente tenham notado a minha ausência aqui nos últimos dias (espero que tenham notado, pois senão estou aqui escrevendo para o vento, ou quem sabe o Espírito Santo e a Divina Providência).

Um filho da p*** pelo menos eu sei que sentiu essa ausência, desculpem-me pelo palavrão, mas ele mesmo me deu a idéia de chamá-lo assim ao reclamar que eu parei de escrever por aqui durante alguns dias.


Devido a alguns problemas pessoais, e também etílicos, estive ausente. Mas o importante é que agora estamos de volta à nossa programação normal.

Saudações

quinta-feira, 25 de outubro de 2007

Sul-Americana? Fica pro ano que vem!

Nesta quarta-feira à noite os dois clubes brasileiros que disputavam a Copa Sul-Americana, São Paulo e Vasco, foram eliminados.

Do alto de seus 2640 metros de pouquíssimo futebol, na cidade de Bogotá (COL), o tricolor caiu frente ao Millionarios por 2x0 com os dois gols marcados por Ciciliano.

Placar muito justo, pelo que fizeram ambas equipes em campo. Injusto, talvez, tenha sido o placar da partida aqui no Brasil, quando, mesmo perdendo um "caminhão" de chances claras de gol, o São Paulo também saiu derrotado, só que por 1x0 "apenas".

Da Sul-Americana, restou ao tricolor a memória da empolgante virada contra o Boca Juniors (ARG), feito que considero não ter sido de todo bom para a o clube. Afinal o São Paulo perdeu alguns atletas que se machucaram durante as disputas contra o atual campeão da Copa Libertadores da América, apenas para ganhar o direito de ser humilhado pelo poderoso (!?) Millionarios da Colômbia.


Digo humilhado porque, para um clube tri-campeão mundial, o que mais poderia significar uma eliminação para um clube inexpressivo da Colômbia? Humilhação, vexame no mínimo.

Não que a Sul-Americana valha grande coisa, mas para qualquer clube grande do Brasil ao enfrentar um adversário tão fraco como o Millionarios, tem por obrigação de vencer. Obrigação essa que o tricolor não cumpriu, mas que a torcida nem vai cobrar pois está na contagem regressiva pela conquista do pentacampeonato brasileiro.

Já na terra de ninguém, ou melhor, terra de Eurico e Romário, o Baixinho fez sua estréia, e possivelmente sua última partida como treinador, segundo as suas próprias palavras. Do jogo nada posso falar, pois não assisti, mas sobre o Romário treinador.

O Baixinho ganhou em sua estréia, escalou bem o time, mexeu na hora certa (ele mesmo "colocou-se" em campo durante o 2º tempo do jogo), e ainda por cima recebeu elogios de seus comandados...

Ele mesmo deu-se nota "oito" em entrevista, ainda no gramado, mesmo após a eliminação vascaína.

quarta-feira, 24 de outubro de 2007

Um são-paulino acima de qualquer coisa

O título acima poderia ser pra falar sobre mim, mas esse não é o caso.
Na verdade refiro-me ao goleiro titular do time do São Paulo Futebol Clube desde 1997, e atleta do clube desde 1991: Rogério Ceni.

Nascido na cidade de Pato Branco (PR) em 22/01/1973, atuou pelas categorias amadoras do Sinop-MT, antes de tranferir-se para o São Paulo há 16 anos atrás. É casado com a psicóloga Sandra e pai das gêmeas Beatriz e Clara.

Rogério é o atleta que mais vezes atuou com a camisa tricolor, são mais de 750 partidas pelo clube, e também o maior goleiro-artilheiro da história do futebol mundial com 76 gols anotados na carreira.

Aliás, falar de Rogério é falar sobre a quebra de recordes, tabus e paradigmas. E o atleta, nessa semana que passou, mais uma vez gravou seu nome na história ao ser o único jogador brasileiro a figurar na lista de 50 indicados ao prêmio de melhor jogador do mundo em 2007 oferecido pela revista francesa France Football, que não atua em nenhum clube do continente europeu.

Rogério por diversas vezes causou polêmica por sua postura incomum aos atletas de futebol, dificilmente expressa-se com erros de português, tem opinião formada até mesmo sobre assuntos polêmicos e controversos como política, e não teme dissertar sobre eles quando lhe é solicitado.

Uns taxam-no logo como mascarado, outros como arrogante e falso, entre outros adjetivos assaz "carinhosos". Enquanto em outros, Rogério desperta o mais puro sentimento de admiração, até mesmo nos torcedores dos outros clubes (minha amiga Luisa que o diga).

Rogério chegou num ponto onde pouco se discute sua qualidade como jogador, reconhecido como bom goleiro tanto por sua torcida como pelos adversários, virou queridinho da imprensa, meio que uma unanimidade, e aí reside o perigo já que toda unanimidade é burra.

Mas a experiência trouxe ao guarda metas tricolor a sabedoria suficiente para ver que a fama é passageira, que os elogios duram apenas até o próximo "frango" tomado ou campeonato perdido. No futebol, quem deseja vencer, deve matar um leão por jogo, e Rogério já faz tempo deixou de acreditar ser realmente o melhor goleiro do país, e isso teve importância fundamental para que ele se torna-se tal.

Rogério mudou muito nos últimos anos, tornou-se o que no futebol chamamos de "um cara de grupo", ou seja, aquele jogador que valoriza o time como um todo, elogiando os companheiros a todo momento e tentando dispersar as luzes dos holofotes sobre os demais, luzes essas, que ficaram por um bom tempo apenas sobre o arqueiro dentro do Morumbi.


Todas essas constatações já serviriam para atestar Rogério como um atleta diferenciado, mas na verdade o que mais me impressiona no atleta é a sua identificação com o clube que defende há tanto tempo. O goleiro é realmente um são-paulino fanático (no bom sentido da palavra), briga pelo clube e fala com naturalidade de sua paixão por ele.

Só quem já o viu dando voltas no gramado por mais de 10 minutos após uma partida apenas para agradecer os torcedores pela presença e apoio após uma partida difícil pode entender o sentimento que os são-paulinos nutrem pelo seu goleiro.

E Rogério fomentou e ratificou essa paixão ao enraizar sua carreira no Brasil e atuando apenas pelo São Paulo. Num país onde o brilho das jovens estrelas em nossos campos é cada vez mais efêmero, criar uma carreira de sucesso como Rogério fez aqui no Brasil é um feito louvável.

Carreira essa, que foi coroada em 2005 quando Rogério finalmente conquistou o Mundo (feito que ele buscava obstinadamente desde que foi campeão do mundo como reserva pelo próprio São Paulo em 1993). E que agora foi merecidamente reconhecida pelos europeus.

Obviamente Rogério não irá ganhar o prêmio, sequer ficará entre os 10 melhores. Mas só o fato de estar entre os indicados já é uma vitória, ainda mais por ser o primeiro jogador de um clube sul-americano a figurar na lista em mais de 50 anos de premiação.

Parece que até na Europa já conseguem enxergar o que o nosso treinador da Seleção, Dunga, insiste em não ver.

Como disse o jornalista Vitor Birner em seu blog:


"O mito do Morumbi contrariou padrões.

Azar de quem não reconhece o craque Rogério Ceni.

Azar da seleção brasileira.

Sorte do São Paulo!"

Já diz um dos lemas da torcida tricolor: "Todos têm goleiros, mas só nós temos Rogério Ceni!" Parabéns ao nosso Capitão!


Deu no blog do Juca

ROGÉRIO IVANOVICH CENY

Rogério Ceni está na lista dos 50 melhores jogadores do mundo da revista francesa France Football, candidato à Bola de Ouro, único atleta brasileiro em atividade no continente americano.

Este blogueiro já não sabe mais o que falar dele e, por isso, recorre, mais uma vez, a quem sabe:

Por ROBERTO VIEIRA

Domingo no Morumbi.

Sob o olhar de milhares de meninos vestidos de adulto, uma aranha negra percorre o palco.

Parece uma cena corriqueira.

Nem sempre foi assim.

É preciso voltar no tempo, consultar as sagradas escrituras do futebol para compreender a beleza da música que emana das luvas e chuteiras imortais.

No princípio era o gol.

Todo menino queria fazer gol.

E todos corriam atrás da bola nas peladas.

Furiosos. Incansáveis. Como os fantasmas holandeses na Copa de 74.

Todos, menos um.

Um menino desafiando o gênesis. Um menino desafiando a própria essência do futebol.

Um subversivo: O goleiro.

Talvez uma simples vingança de um coração apaixonado. A bola ignorava solenemente seus carinhos. O traía em plena luz do dia com o primeiro centroavante que aparecia.

Planicka sonhava em ser como seus amigos Nejedly e Puc. Zamora entre as suas baforadas tropeçava na pelota. Combi nunca acertou um chute na escola. Marcos Mendonça nem tentava.

Albert Camus sentia-se um estrangeiro.

Entretanto sob as traves, inexpugnáveis. As bolas cruzavam a área e invariavelmente eram defendidas com raiva. Com ódio. Com desprezo.

De repente os meninos que não sabiam controlar uma bola, os exilados do mundo, esses meninos descobriram maravilhados que tinham seus super-heróis. E os seus super-heróis eram bacanas, vestiam trajes de super-heróis. Misteriosos. Enigmáticos.

E foram felizes. Por pouco tempo.

O gol era glória e paredão.

Os goleiros permaneciam emoldurados, pictóricos. Prisioneiros da pequena área, da tela. Finitos.

Mesmo Carrizo que nunca levou um gol de pênalti, era um pássaro preso nas engrenagens de La Maquina.

Até que um dia, na vastidão da mãe Rússia, um menino que jogava hockey foi levado pelos amigos para assistir um jogo de futebol. Por acaso o goleiro do poderoso Dínamo, Khomich machucou-se:

‘Pega no gol Iashin!’

Como o Rei dos Folgados em Coritiba, lá foi Lev Iashin ser gauche no gol.

Após meia hora de jogo, pânico.

Ligaram pra KGB. Ligaram pra Stalin.

Iashin foi retirado preso do gramado. Incomunicável.

Além de se recusar a levar um gol, Iashin todo vestido de negro ainda insistia em sair da área e jogar bola com os outros companheiros de time. Livre.

Proibido!

Pode. Não pode. Pode. Não pode.

Cadê o livro das regras?

Nada havia no livro das regras do futebol sobre a liberdade dos goleiros.

GLASNOST!

Lev Ivanovich Iashin foi o primeiro soviético no espaço. Foi professor de Yuri Gagarin. Ele insistia que a Terra era verde.

A bola, essa moça cobiçada por todos, caiu de amores por Lev que dormia ouvindo jazz moderno.

Jazz moderno, suprema heresia aos ouvidos dos atacantes rompedores.

Depois de Iashin vieram os Beatles. Raul e Jongbloed vestiram amarelo, Simonal vestiu azul, Banks desafiou Pelé para um duelo ao meio-dia, Leão foi garoto propaganda e Tomazewski apagou a luz do Império Britânico.

Porém liberdade não significa igualdade. Os goleiros continuavam sendo de certa forma vilões. Se a razão do futebol era o gol, eles existiam no limite da irracionalidade.

O jazz moderno rompera barreiras. Porém a escala cromática ainda possuía sua hierarquia. Atacantes marcam gols. Goleiros defendem.

Era assim desde o princípio dos tempos.

Mas o final dos tempos se aproximava.

Apocalipse. Dodecafonismo.

O futebol moderno subitamente se torna atonal quando a primeira bola chutada por Chilavert alcança as redes.

Os técnicos esbravejam no banco: ‘Queremos Beethoven, queremos Mozart, queremos Chopin’!

Os goleiros ensaiam o Concerto para Piano e Orquestra, Opus 42, de Schoenberg.

É tarde demais.

Na pequena cidade de Pato Branco no Paraná um menino veste-se de negro e luvas.

O menino cresce e hoje seu olhar percorre a partitura das quatro linhas do gramado.

Como uma aranha negra ele dirige-se ao palco do Morumbi.

Rogério Ivanovich Ceny.

Pois no princípio era o gol.

Todos os meninos queriam fazer gol.

E todos corriam atrás da bola nas peladas. Furiosos. Incansáveis. Como os fantasmas holandeses na Copa de 74.

Todos.


terça-feira, 23 de outubro de 2007

Isso ainda vai longe...


Depois de se afastar da presidência do Senado, e de não dar as caras por lá desde o último dia 11, o Senador Renan Calheiros acabou por prolongar um pouco mais sua ausência da Casa, ao solicitar uma licença médica para a realização de exames de saúde, em mais 10 dias.

Bem que ele poderia começar assim: pede afastamento da presidência do Senado, depois uma licença médica, em seguida renunciar logo à cadeira principal do Congresso Nacional, depois ao mandato e assim por diante até fazer o grande favor, à sociedade, de sumir definitivamente da vida pública (de preferência com uma longa estadia na cadeia).

Mas, infelizmente, as coisas não são tão simples assim, e essa nova manobra de Renan pode ser encarada mais com preocupação do que com alívio. Afinal, mesmo com 6 processos correndo contra si no Conselho de Ética, Calheiros já mostrou grande poder de persuasão (pra não dizer intimidação) sobre seus pares durante o processo todo que levou até a sua absolvição em votação secreta no Senado.

Renan aparenta querer ganhar tempo, permanecendo fora dos holofotes crê que pode ser "esquecido" pela opinião pública e assim manobrar uma maneira de obter nova absolvição (dessa vez, "na calada da noite") nos processos que ainda correm contra ele.

Sua ausência temporária também serve aos interesses do governo, pois sem ele no comando das sessões do Senado, a oposição não irá travar as pautas, e conseqüentemente acabarão por aprovar a prorrogação da CPMF, essa anomalia tributária que foi criada pelo FHC e o Lula, quando era oposição, tanto criticou, mas parece ter se esquecido disso, ou então "endireitou" suas opiniões como aliás já fez em mais de uma dezena de ocasiões desde que assumiu o governo em 2003.

Enfim, a saída de Renan (e de qualquer político da mesma "laia" que ele) deve ser festejada, mas não podemos deixar que eles apostem mais uma vez "na história de que brasileiro tem memória curta" e ganhem de novo. Vamos ficar em cima, cobrá-los e mostrar que a indignação, a partir de agora, não será mais passageira.

O espaço está aqui, à disposição, manifeste-se, discuta essa e outras idéias... mexa-se!

E, mesmo se isso tudo falhar, nós ainda poderemos contar com alguém que tenha um poder de persuasão ainda maior que o do Renan...





Agradecimentos e uma homenagem ao Antonio Tabet e seu www.kibeloco.com.br

segunda-feira, 22 de outubro de 2007

A vitória do "ex-azarado"

Kimi Räikkönen festeja sua vitória ao lado de Jean Todt e de Felipe Massa

GOOOOOOOOOOOOOOO KIMI!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

E não é que o “azarado” Homem de Gelo da Fórmula 1 conseguiu vencer mesmo com todas as probabilidades apontando contra?

Pois é, embora poucos acreditassem que fosse possível, a sorte finalmente sorriu para o finlandês da Ferrari que mandou para o espaço a fama de azarado, devido aos mais variados percalços que lhe tiraram a oportunidade de conquistas anteriormente, vencendo uma corrida que foi repleta de problemas para seus principais adversários e agora é o campeão mundial da F-1.


Campeão merecidíssimo, por sinal, principalmente depois de toda a patacoada protagonizada pela equipe inglesa Mclaren ao apropriar-se ilicitamente e fazer uso de um dossiê contendo material confidencial da adversária Ferrari.

Antes que alguém venha dizer algo, já esclareço, não sou torcedor da Ferrari, sou um grande fã de automobilismo e na verdade até guardo maior simpatia pela própria Mclaren, no entanto fiquei bem decepcionado com todo esse episódio da espionagem industrial entre as duas equipes e não aprovei a decisão da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) em punir apenas a equipe inglesa deixando livres os seus pilotos que, claramente, sabiam que o time possuía informações da equipe rival e as estava usando em benefício próprio (principalmente Fernando Alonso). Mas isso já é outra história, então falemos um pouco da decisão do campeonato.

Kimi Räikkönen: poucos acreditavam em suas chances, acho que ele mesmo não alimentava grandes esperanças, tentando apenas fazer o seu papel de chegar a frente dos rivais e torcer para que eles tivessem problemas, e foi justamente o que aconteceu. Kimi agora pode festejar o título que merecia desde 2003, ano em que fez uma excelente temporada, mas acabou traído pela sua "falta de sorte" e acabou como vice do mundial conquistado pelo alemão Michael Schumacher (a quem nunca faltou sorte, mas também sempre sobrou competência, e é merecidamente o maior campeão da história da F-1).

Fernando Alonso: Fernandito parece não ter sentido tanto a perda do campeonato, muito pelo contrário, deve ter ficado bastante satisfeito pela forma como seu desafeto e companheiro de equipe, Hamilton, perdera um campeonato que já parecia definido a duas corridas atrás.
Cheguei a sentir um pouco de compaixão pelo espanhol durante esta temporada (apesar de ele ser um baita "mascarado"), afinal, com a forma como ele foi tratado pelo chefe da sua equipe, Ron Dennis, e pelo próprio time não deve ter sido fácil para trabalhar, por muitas vezes viu-se um Alonso constrangido mesmo durante as vitórias, sentia-se um estranho dentro de sua própria "casa", mas ainda assim foi profissional e terminou o ano fazendo o possível para vencer, mas não tinha um carro competitivo em mãos para essa última prova, ao contrário de...

Lewis Hamilton: que teve o carro "voando" na maior parte da corrida, mas sentiu a falta de experiência e errou, aliás, como errou! Errou tanto que na sétima volta já ocupava a 19ª colocação apesar de ter largado no 2º posto. O britânico mostrou ter um talento excepcional ao longo do ano, além de muita confiança e frieza para vencer, confiança e frieza que lhe faltaram nas duas últimas provas do ano, principalmente no Brasil quando tentou ultrapassar Alonso num lugar onde era impossível, saiu da pista e perdeu posições. Quando parecia estabelecer-se novamente na prova, errou infantilmente na troca de marchas, deixou o carro em ponto morto por mais de 30 segundos, caiu para a última posição e enterrou de vez seu título que era quase certo. Mas Hamilton tem realmente muito talento, e fatalmente será campeão da categoria nos próximos anos.

Felipe Massa: esse não disputava nada em Interlagos, chegou ao GP do Brasil já sem chances no campeonato mas foi preponderante para a vitória de seu companheiro de equipe. Assim como no ano passado, Massa conquistou a pole-position, manteve-se a frente durante quase toda a prova até passá-la à Kimi para que ele pudesse conquistar o Mundial. Não existe essa história de vencedor moral, mas o brasileiro demonstrou arrojo durante todo o fim de semana e maturidade ao fazer o jogo de equipe sem a choradeira tradicional do antigo piloto brasileiro da equipe de Maranello, Rubens Barrichello, só pegou mal a cara de poucos amigos no pódio e na coletiva de imprensa após a prova, afinal ele pode precisar dessa mesma ajuda por parte de Kimi no futuro. Pode não ser o mais talentoso dentre os pilotos das duas principais escuderias, mas também é um excelente piloto, agressivo e extremamente competitivo. A experiência desse ano pode trazer ao "pequeno notável" o que lhe faltou nesse ano para poder brigar pelo próximo campeonato: constância.

Rubens Barrichello: só uma ressalva rápida sobre o nosso "querido" Rubinho. Pra variar um pouco, aqui no Brasil ele quebrou novamente, mas dessa vez não teve a sua choradeira clássica, foi homem o bastante para assumir que o ano não foi bom e que seu carro era uma grande porcaria. Tomara que tenha melhor sorte no ano que vem pois, que provavelmente será seu último na F-1, e ele baterá o recorde como o piloto com o maior número de GP's disputados na história.

À Ferrari e Kimi, ficam os meus parabéns pela conquista histórica. Já à Mclaren fica o desejo de que eles repensem suas atitudes, principalmente Ron Dennis, e a maneira como lidam com seus pilotos de grande talento, mas que possuem egos igualmente suntuosos.

Concorda? Discorda? Comenta aí!!

O Mundo do Avesso

Olhando lá para o topo da página você talvez esteja se perguntando por que “O Mundo do Avesso” é o nome deste blog, certo?

Bem, a expressão em si pode levar às mais variadas compreensões, principalmente em função da palavra “avesso”. Sinceramente eu não me recordo exatamente como surgiu a idéia deste nome para o meu blog, mas desde a primeira vez que me propus a fazê-lo, este nome foi o primeiro que me ocorreu, e fora prontamente adotado.

Apesar de um tanto dúbio, este nome denota exatamente a minha intenção ao escrever, espero eu que diariamente, aqui: revirar o mundo do avesso. Tentando enxergar o dia-a-dia de uma maneira diferente, e chegar à raiz de cada questão sobre a qual eu me propuser a falar aqui. Analisando os principais fatos/acontecimentos, as notícias mais inusitadas, curiosidades, e até mesmo as insanidades e desventuras vividas por mim cotidianamente.

Obviamente, e principalmente por tratar-se de algo feito por mim, teremos sempre que for possível uma bela dose de bom humor, descontração e irreverência. A ironia também dará as caras por aqui, mas principalmente a sinceridade nas palavras de alguém que quer fazer disso um projeto legal, e a felicidade de poder dividir um pouco daquilo que sou e de minhas opiniões com vocês.

Pois bem, tendo sido feitas as devidas apresentações, sejam muito bem-vindos ao meu mundo, mundo esse que, a partir de agora, está do avesso!