domingo, 30 de novembro de 2008

O São Paulo F.C. está de luto

Faleceu por volta das 23h deste sábado (29/11), vítima de uma parada cardíaca, o ex-presidente são-paulino Marcelo Portugal Gouvêa.

Marcelo foi o mandatário máximo do clube durante a retomada de títulos do São Paulo entre os grandes brasileiros.

Sua mentalidade inovadora, igual atenção para detalhes tanto dentro quanto fora do campo, o amor pelo clube e pelo esporte em geral levaram o Tricolor de volta à esse caminho de vitórias e conquistas.

Foi o presidente que montou o elenco campeão do Mundo e da Libertadores em 2005.

Não teve tempo para ver a consagração do trabalho que ele iniciou em 2002, quando assumiu o clube. Muito provavelmente nessa tarde o São Paulo irá tornar-se o primeiro clube tricampeão brasileiro na história.

O futebol perde um grande homem.

Meus sinceros sentimentos à todos os amigos e familiares.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Brasil volta a marcar gols em casa depois de 1 ano e goleia Portugal

Com Luis Fabiano brilhando e Cristiano Ronaldo apagado, a Seleção bateu Portugal por 6 x 2 no estádio Bezerrão (DF).

A festa de políticos, cartolas, Ricardo Teixeira e seus convidados ficou completa com o bom futebol apresentado pelo escrete canarinho.

Pelo menos o povo do Distrito Federal, depois de pagar quase 180 paus pelo ingresso mais barato, também teve o direito de comemorar.

O Brasil saiu perdendo após falha boba da nossa zaga, gol de Dani aos 8 minutos de jogo.

Mas pior ainda foi o bizarro zagueiro brasileiro naturalizado português Pepe que entregou a bola para Robinho dar passe açucarado para Luis Fabiano fazer o primeiro de seus três gols.

Além dos gols, o Fabuloso também deu excelente passe para Maicon marcar o seu, após boa troca de passes entre os nossos atacantes.

Elano, num baita chutaço cruzado de fora da área, e Adriano, de cabeça, completaram o baile do time do criticado Dunga.

Enquanto Simão Sabrosa descontou para o selecionado do, mais criticado ainda, Carlos Queiroz.

Num bom jogo, onde se esperava bem menos de uma Seleção que acabou nos surpreendendo pela movimentação e quantidade de gols, e se esperava bem mais do atacante português Cristiano Ronaldo que ficou muito abaixo do futebol de melhor jogador do mundo que o caracterizou entre 2007 e 2008, o Brasil goleou como há muito não fazia deixando Dunga numa posição mais tranquila para o final do ano, enquanto o ameaçado técnico de Portugal deve acabar passando os festejos de fim de ano no olho da rua.

Vamos às notas da Seleção:

Júlio César: sem culpa nos gols e sem grandes defesas. - 5,0
Maicon: atacou bastante e marcou o gol dele. Bom jogo. - 6,5
Luisão: bateu cabeça até dizer chega. Mesmo com o ataque português sem inspiração, foi mal. - 3,5
Thiago Silva: um pouco "menos pior" do que o companheiro de zaga. - 4,5
Kléber: péssimo. Só apareceu quando quase deu um gol pra Portugal. - 0,0
Gilberto Silva: burocrático. Deu muito espaço no meio, por sorte Deco não aproveitou. - 4,5
Anderson: melhor que Gilberto. Muito atrás, prendeu demais a bola. - 5,0
Elano: correu bastante e marcou um golaço. Bom jogo. - 7,0
Kaká: controlou o meio campo no primeiro tempo. Sumiu no segundo. - 7,0
Robinho: correu bastante e se dedicou. Melhor no primeiro do que no segundo tempo. - 7,0
Luis Fabiano: partidaço! O melhor em campo marcou três gols de puro oportunismo e deu uma assistência. - 9,0
Marcelo: bem melhor que Kléber. Jogou pouco e ainda deu o cruzamento para o gol de Adriano. - 6,0
Adriano: aproveitou bem a chance que teve. Guardou o seu gol no fim do jogo: 6,0
Daniel Alves: jogou pouco. - sem nota
Mancini: jogou pouco. - sem nota
Alex: jogou pouco. - sem nota
Dunga: o time jogou bem, com mais "pegada" e movimentação. Mas ainda continua jogando como um amontoado e não como um time, e só teve vida fácil porque Portugal não marcou ninguém. - 5,5

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Quem fala o que quer...

“Ninguém pode fazer você ser mais lento por meio de um contrato.

Se for mais rápido, será o nº 1.”

Michael Schumacher, sobre Rubens Barrichelo

sábado, 15 de novembro de 2008

Pensando bem... não é que é verdade!?

Todo mundo já tá cansado de saber que o pessoal do Google vive colocando várias piadinhas nas respostas às buscas realizadas pelo site (experimente digitar na barra de busca as palavras "find chuck norris" e clique em "Estou com Sorte", que você vai entender).

Várias outras referências à cultura de diversos países podem ser vistas em todos os sites do grupo Google, uma delas em homenagem à tradição "familiar" e maternal dos nossos políticos.

Preste atenção ao detalhe da foto abaixo após uma inocente busca com "câmara deputados".



Agradecimentos ao pessoal do A Nova Corja.

Yes! We can save the Princess Peach!

Realmente o povo tá acreditando que o recém-eleito presidente dos EUA, Barack Obama, pode salvar o mundo.

Mais uma prova dessa confiança está nesse site aqui:

www.superobamaworld.com/

Perdão da brincadeira, mas essa versão "Mario" do Obama ficou bem engraçada por sinal.

Divirtam-se!

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

O que faz um time campeão

A carta que segue abaixo foi enviada essa semana pelo zagueiro Alex Silva, jogando hoje no Hamburgo da Alemanha, aos seus ex-companheiros de São Paulo.

Foi divulgada pelo blog da Redação UOL.

Muitas vezes a gente critica o clube pelo qual torcemos ao ver o resultado final do trabalho ali no campo.

Poucas vezes temos a dimensão de tudo que veio por trás daqueles 90 minutos de (as vezes, pouco) futebol.

Lendo a carta do "Pirulito", quem manja um pouquinho de bola pode tirar uma boa conclusão do porquê de o São Paulo, mesmo remendado e jogando mal, hoje ser líder do Brasileirão, enquanto no badalado Palmeiras do Luxemburgo tem estourado uma crise atrás da outra, e o time já está em 4º lugar caindo pelas tabelas.

Amizade e bom ambiente não são garantias de vitória. No esquadrão do Corinthians, campeão Brasileiro de 1998 e 1999, a maioria dos jogadores nem se olhava na cara.

Mas aquele time era muito bom, não passava por apertos, e quando passou a gente se recorda no que deu. As duas eliminações na Libertadores para o Palmeiras em 1999 e 2000 estão aí pra provar.

Aqueles times do Felipão eram, teoricamente, inferiores. Mas saíram vencedores em ambas oportunidades. Eram guerreiros, doavam-se em campo pelo time, torcida e uns pelos outros.

O ambiente era bom e havia amizade.

Na hora do aperto isso faz muita diferença.

Do blog da redação (UOL Esporte)

Meus companheiros de São Paulo,

Primeiramente, venho agradecer a todos vocês pelo que fizeram por mim nesses dois anos e meio que fiquei aí. Todos os dias eu agradeço a Deus por ele ter colocado pessoas como vocês em minha vida, que me ajudaram a chegar até aqui.

Não pensem que porque estou aqui na Europa eu me esqueci de vocês. Sinto muita falta de tudo isso aí. Sinto falta das brincadeiras, das duras do Muricy, das preleções, das refeições na concentração. Sinto muita falta!

Mas eu tive que fazer meu pé-de-meia e abrir mão das coisas que eu mais gostava, que era esse elenco aí. Por isso, vim pra cá, pra Alemanha, pra poder começar a construir meu futuro.

Mas meu coração está aí, junto com vocês todos os dias, em todos os jogos. Os canais brasileiros ainda não estão instalados em casa pra eu poder ver vocês jogarem, mas estou acompanhando pelo site todos os jogos com uma narração de rádio, o que é horrível, pois o coração sai pela boca!!!!

Hoje, sou um homem realizado porque joguei com vocês, com cada um de vocês, que tem caráter e um profissionalismo enorme. Lembro o que passamos no começo do campeonato, altos e baixos. Então, sei que não foi fácil o que vocês conquistaram pra chegar onde estão, que é no topo da tabela.

Eu me sinto orgulhoso de vocês e falo do São Paulo aqui, de vocês, de cabeça erguida, com o peito estufado. Me sinto orgulhoso de ter feito parte de tudo isso aí, de ter feito amigos como vocês que me ajudaram a chegar até aqui.

Agora falta pouco, e ninguém vai tirar esse título da gente. Só tira se vocês quiserem, coisa que não vai acontecer. Vocês têm talento, nasceram pra brilhar e pra serem campeões. Lembrem-se que isso vai ficar na história de cada um de vocês, três vezes seguidas campeões brasileiros. Isso é emocionante e fantástico pra carreira de um jogador.

Hoje, você pega Ronaldo Fenômeno, Ronaldinho Gaúcho, Kaká, melhores do mundo… Mas eles não terão e não têm uma coisa que vocês terão em seus currículos, que é por três vezes serem campeões brasileiros. Isso ninguém vai tirar de vocês. Eu estou torcendo muito pra vocês serem campeões, porque eu faço parte disso um pouquinho!

Lembro sempre daquele jogo do Botafogo, que o Lúcio Flávio ia fazendo o gol do empate e eu tirei debaixo do gol. Ali, poderíamos ter perdido dois pontos e hoje estaria fazendo falta. Não fiz nem a metade que vocês fizeram, que foi lutar do jeito que vocês lutaram pra chegar no topo da tabela, mas ainda me sinto parte desse grupo e sei que nada nem ninguém vai tirar esse título da gente, a não ser nós mesmos.

Tô aqui do outro lado, mas meu coração está aí com esse grupo maravilhoso que eu nunca vou encontrar igual!

Muricy, você me ajudou muito, sou muito grato a você por tudo o que o senhor fez por mim. Você, o Milton Cruz e o Tata, o Carlinhos, o Serjão e o Haroldo. Vocês merecem mais do que todos esse título, porque todo mundo criticou a comissão depois da Libertadores, e mais uma vez estão provando os profissionais que vocês são.

Quero agradecer também à diretoria, seu Juvenal, que apostou em mim junto com o Muricy, o Milton e o Tata. Vocês me pegaram cheio de defeitos e corrigira um por um, desde a indisciplina.

Agradeço ao REFFIS, onde encontrei pessoas que eu nunca vou esquecer, nem do tratamento nem do carinho que me deram quando eu estava machucado. Betinho, Alê, Sasaki, Rosan, Dr. Sanchez, são pessoas que me não me abandonaram em momento algum na minha lesão.

Por isso que meu coração está aí, junto com vocês, rumo ao título, porque vocês me mostraram a realidade da vida, o que é ser profissional.

Meus companheiros, que me deram muitos conselhos quando eu mais precisei… Aqui, o futebol é tão fácil que estou jogando de volante e eles me acham craque. De vez em quando, abaixo a cabeça e dou aquelas arrancadas, a torcida vai ao delírio!

Estou muito feliz por vocês, companheiros!

Ainda não acabou. Continuo na torcida e na net, ouvindo a narração e sofrendo junto com vocês dentro de campo a caba minuto, podem ter certeza.

Gente, paro por aqui, senão vou acabar me emocionando.

Um abraço, Alex Silva (Pirulito)

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terça-feira, 11 de novembro de 2008

Ah tá! E eu sou o bozo...

Tarso diz que inquérito da Satiagraha está sendo refeito
Segundo o ministro, 'rapidamente' será visto que 'é falsa' avaliação sobre a suposta mudança de foco

WILSON TOSTA - Agencia Estado

RIO - O ministro da Justiça, Tarso Genro, afirmou nesta segunda-feira, 10, no Rio de Janeiro, que o inquérito da Operação Satiagraha , que investigou supostos crimes do banqueiro Daniel Dantas, do Grupo Opportunitty, está sendo todo refeito pela Polícia Federal (PF) para ser apresentado à Justiça livre de provas obtidas de maneira ilegal. Ele disse que estão enganados aqueles que acham que a PF abandonou as investigações sobre Dantas para investigar o delegado Protógenes Queiroz, que presidiu as investigações na sua primeira fase e deverá ser indiciado por violação de sigilo e escuta sem autorização judicial.

Segundo o ministro, "rapidamente" será visto que "é falsa" a avaliação sobre a suposta mudança de foco dos federais, que trabalham, disse, tecnicamente e com profissionalismo. "O que está sendo feito é um refazimento do inquérito do Daniel Dantas, que vai dizer se ele tem responsabilidade ou não, não estou prejulgando", afirmou o ministro, após reunião com o superintendente da PF no Rio, delegado Valdinho Jacinto Caetano, cujo nome praticamente confirmou como novo Corregedor da PF, a partir de dezembro.

"Aquela equipe técnica que foi para São Paulo, de delegados, de peritos, de agentes, que foi para lá para fazer o inquérito, está trabalhando em silêncio, tecnicamente, judiciosamente, com a participação do Ministério Público, fazendo e refazendo todo o levantamento. Tudo o que for apresentado agora naquele inquérito vai estar livre de qualquer nulidade e de qualquer problema que tenha ocorrido anteriormente."

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Engraçado, não que eu queira atestar a idoneidade de qualquer um deles, até porque não os conheço e não possuo procuração para defendê-los, mas não é muita coincidência que justamente os dois responsáveis pela ida do banqueiro Daniel Dantas à cadeia em duas oportunidades, o delegado Protógenes Queiróz (que comandou a operação Satiagraha) e o juíz Fausto de Sanctis (que cassou o habeas corpus dado à Dantas pelo ministro do Supremo Trbunal Federal, Gilmar Mendes) estejam passando por uma "caça às bruxas" nesse exato momento?

Protógenes Queiróz foi afastado do comando da operação e agora é investigado na CPI dos grampos telefônicos por, supostamente, ter-se utilizado de grampos ilegais com ajuda da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência) durante as investigações da Satiagraha. Em suma, de acusador tornou-se acusado.

Já o juíz de Sanctis, além de ter sua decisão sobre a manutenção de Dantas na cadeia cassada pelo mesmo juíz que libertou o banqueiro da primeira vez (o ministro do STF Gilmar Mendes), tem sido criticado vêementemente pelos pares do ministro Mendes no Supremo por sua decisão de tentar manter Dantas preso, corre o risco de ser afastado do julgamento do caso à pedido dos advogados do banqueiro, o pedido irá para a análise de três desembargadores em breve. Ou seja, de julgador virou julgado.

Enquanto isso, o banqueiro Daniel Dantas, que, durante os depoimentos que deu na sede da PF aqui em São Paulo, ameaçou delatar gente "graúda" que fez parte do seu esquema de corrupção, continua solto e sai cada vez mais do foco ao ver seus principais algozes entrarem sob a mira da lei.

Sobre a polêmica do "Orlandinho"

Bem, como vocês devem ter visto em algum lugar, na semana retrasada rolou uma cena na novela A Favorita, da Globo, onde o tal do Orlandinho (personagem de Iran Malfitano, na trama, homossexual assumido) diz que gostaria que o seu suposto filho com a personagem da Deborah Secco fosse são-paulino, quando o personagem de Cauã Reymond (o verdadeiro pai da criança) dá uma camisa do Corinthians de presente para o bebê.


Pra quem não viu a cena, é só dar play no link do youtube que está no fim do texto.


Vocês devem estar se perguntando o por quê de eu voltar nesse assunto só agora, certo?


Não comentei antes porque não vi a cena, fiquei sabendo dela pelas notícias divulgadas, principalmente, nos jornais esportivos.


Como o assunto voltou à tona lá na faculdade hoje, resolvi publicar o que penso sobre a “suposta” provocação da Vênus Platinada aos tricolores paulistas.


A cena em si não tem nada demais, o futebol faz parte de nossa cultura, nada mais natural que até personagens de novela possuam suas preferências futebolísticas.


Os clubes citados, em específico, e os papéis atribuídos a cada um deles é que demonstram o preconceito, a baixeza e a completa ausência de caráter naqueles que dirigem a emissora carioca.


São Paulo e Corinthians (junto com Botafogo e Flamengo) têm se rebelado contra a Globo (dona dos direitos de transmissão dos campeonatos de futebol no Brasil) pelo pagamento de valores maiores nessas cotas de transmissão.


O Corinthians, endividado, já acenou em diversos momentos com a possibilidade de “dar para trás” no motim.


Em situação financeira um pouco melhor, o São Paulo se mantém firme em sua posição.


Comerciais e campanhas com elogios ao Corinthians têm sido lugar comum na programação da Globo durante o ano. A audiência do clube na Série B superou até a da Seleção em alguns jogos.


Desde a polêmica das legendas nos gritos da torcida corintiana no jogo contra o tricolor no ano passado (tema de um post antigo nesse blog), a audiência dos jogos do tricolor na emissora só tem caído.


Os são-paulinos não engoliram aquela história e muita gente, assim como eu, tem evitado ver as partidas do clube na Globo.


Motivos comerciais levaram à essa demonstração gratuita de preconceito.


Assim como quem se indignou com a cena também está sendo preconceituoso.


Ser homossexual não é um erro, cada um tem direito a fazer o que bem entender da sua vida e de como buscar sua felicidade pessoal.


O termo “gay” nem deveria ser considerado como ofensa ou pejorativo, mas sabemos que na nossa sociedade ainda é assim.


Sou são-paulino, mas nem por isso vou me deixar levar por essas bobagens e brincadeiras realizadas entre torcedores rivais.


Desde que não haja agressão física ou moral, a tiração de sarro entre amantes do mesmo esporte é saudável.


O que me irrita é a exposição da imagem e do nome do clube (e aí poderia ser qualquer clube, não especificamente o meu) numa citação preconceituosa, ofensiva e de cunho puramente comercial.


Faço minhas as palavras do jornalista Vitor Birner quando diz que:


“Os cartolas do Morumbi deveriam tirar proveito da campanha.


O São Paulo poderia atrair ainda mais consumidores e aumentar a torcida.


Deveria ser o time que trata os que sentem-se mal por causa da homofobia futebolística, como gente normal que são.


Ao longo do tempo, o homossexualismo não será mais um tabu e os que gostam de futebol terão time de preferência.


Até onde sei, há varias empresas de olho nessa fatia do mercado.


Cá está uma das dificuldades do ‘velho futebol’”.




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sábado, 8 de novembro de 2008

MEC vai criar comissão para definir diretrizes básicas do curso de jornalismo

Do Portal Comunique-se:

O ministro da Educação, Fernando Haddad, defendeu a criação de uma comissão que vai definir as diretrizes básicas dos cursos de graduação em jornalismo. O objetivo é assegurar a qualidade da formação dos jornalistas, profissão considerada pelo ministro como central para o sistema democrático.

De acordo com informações que chegam ao Ministério, 80% dos cursos de jornalismo em funcionamento no País são de baixa qualidade. A comissão ficará encarregada de fazer propostas ao Conselho Nacional de Educação que, por sua vez, irá formular novas diretrizes curriculares. Elas servirão de base para a autorização e reconhecimento de novos cursos e para o controle da qualidade dos que já existem, permitindo, inclusive, o fechamento dos que não estiverem adequados.

Comissão será formada em breve

A comissão será formada por pessoas com sólida formação teórica, mas que também possuam experiência profissional. Ainda não existe data fixada, mas, segundo a assessoria do Ministério, ela deverá ser instituída nos próximos dias.

O anúncio foi feito na manhã desta quinta-feira, durante encontro com representantes da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), da Sociedade Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo (SBPJor) e do Fórum Nacional de Professores de Jornalismo (FNPJ).

MEC não vai interferir na regulamentação da profissão

Segundo o coordenador-geral de comunicação do Ministério, Núnzio Filho, a reunião também serviu para esclarecer que o ministro não irá interferir na regulamentação da profissão, mas na qualidade dos cursos de graduação em jornalismo.

“Se o Supremo decidir pela manutenção da obrigação do diploma, os cursos têm que melhorar. Se derrubar, eles têm que melhorar muito”, afirma Núnzio.

O presidente da Fenaj, Sérgio Murillo de Andrade, apóia a decisão do ministro e pretende participar ativamente na construção das novas diretrizes básicas.

“A Fenaj, assim como o MEC, se preocupa com a qualidade da graduação do jornalista”, avaliou Murillo.

Novas tecnologias modificaram o jornalismo

O presidente da SBPJor, Carlos Franciscato, defendeu a posição do ministro e informou que a última atualização curricular do curso de jornalismo foi feita há dez anos.

“De lá para cá, as inovações tecnológicas modificaram a própria forma de fazer jornalismo, a estrutura operacional, mas não modificaram o princípio”, disse Franciscato.

Também participou da reunião o presidente da FNPJ, Edson Spenthof.

Obamania

Do Kibeloco:


"Cinderela" de Santo André

Por Tutty Vasques:


O que faz o Juizado de Menores que não dá um toque nos responsáveis pela menina de 15 anos que escapou baleada da tragédia que matou sua melhor amiga no cativeiro de Santo André? Quase um mês depois, Nayara Rodrigues esteve esta semana na berlinda do Fantástico, visitou os estúdios do Projac, no Rio, e voltou ao programa de Ana Maria Braga. Tem ido mais à TV Globo que muito artista de novela. Devia estar na escola, né não?!


É claro que para uma menina na idade dela, criada na periferia da periferia, ser tratada como protagonista de um drama na emissora das grandes estrelas da TV tem um lado de conto de fadas. Nayara interpreta a si mesmo com um misto de dignidade e deslumbramento estampados em seu rostinho bonito. Não acrescenta mais absolutamente nada a tudo que já disse, mas quem liga para isso numa sociedade de culto à celebridade?


Só o Juizado de Menores mesmo.


Texto publicado no caderno Cidades/Metrópole deste sábado, no ‘Estadão’.

I have a dream (and i still having it)

Essa semana que chega ao seu final hoje, já entrou para a história em diversos campos de atuação.


No domingo, o inglês Lewis Hamilton, que já havia marcado o nome na história da Fórmula 1, durante o ano passado, ao tornar-se o primeiro piloto negro na categoria, agora, com a conquista do campeonato mundial desse ano durante o último final de semana em Interlagos, é também o primeiro negro campeão da categoria.


De quebra, Lewis quebrou o recorde de seu desafeto declarado Fernando Alonso, e agora é o mais jovem campeão da história com 23 anos e 301 dias. Alonso detinha a marca anterior (24 anos e 58 dias) desde 2005.


Se não me engano, o abusado inglês também foi o primeiro piloto da categoria a ser vice-campeão do mundo logo no ano de estréia, vindo diretamente das “categorias de base” da F-1.


Pouco mais de 48 horas depois do feito de Hamilton, outro negro entrava para a história, e dessa vez numa escala bem maior.


O Senador norte-americano Barack Obama foi eleito presidente da maior potência econômica do mundo, os Estados Unidos.


Nascido em uma família pobre, de origem muçulmana, criado pela avó entre a Indonésia e o Havaí, Obama formou-se advogado na Universidade de Harvard, fez diversos trabalhos sociais, foi líder comunitário, deputado, senador de grande destaque na nova cena política norte-americana e agora chega ao posto de “homem mais poderoso do planeta”.


De fala calma, porém enérgica, e dono de um carisma incomum aos políticos (algo que eu poderia apelidar de “simpatia sincera”), Obama ganha a admiração das pessoas pela franqueza com que fala e se porta diante delas, sem fazer uso recorrente dos clichês políticos habituais.


Seu carisma acabou por torná-lo um fenômeno mundial, o que acabou trazendo para as eleições presidenciais norte-americanas uma expectativa mundial jamais vista antes.


Se é realmente verdadeiro em seu modo de agir ou não, só Deus sabe, mas admito nutrir admiração por ele desde que a repercussão de seu trabalho como Senador e a possível candidatura à Casa Branca despertaram minha curiosidade e acabei conhecendo sua trajetória pessoal e política.


Tanto Hamilton quanto Obama já se mostraram extremamente competentes em suas respectivas áreas e merecedores das vitórias alcançadas neste ano, mas não são tema deste texto por acaso.


Ambos, apesar da competência, tiveram seus feitos supervalorizados em função do principal fator comum à eles: a etnia.


Propositalmente destaquei isso na introdução do texto, para expor um paradoxo que notei nessa epifania toda gerada em torno deles.


Com suas iminentes vitórias, Hamilton e Obama tiveram a imagem associada pela imprensa em diversos momentos na semana que passou. Única e exclusivamente por serem negros, já que atuam em campos completamente distintos.


Hoje, por repetidas vezes, o famoso discurso de Martin Luther King, que inspirou o título deste post, foi citado em reportagens sobre a vitória de Barack Obama.


King, dizia ter o sonho de um mundo onde todos fossem julgados pelo que eram, e não pela cor de sua pele.


Num certo telejornal diziam que o sonho dele estava sendo realizado, mas será realmente?


Que diferença haveria se Hamilton e Obama não fossem afro-descendentes?


Seriam menos competentes e/ou qualificados por causa disso?


Seus respectivos feitos seriam menos importantes e admiráveis se fossem brancos, japoneses, índios pele-vermelha ou sei lá o quê?


Luther King (onde quer que esteja) terá que esperar um pouco mais com seu sonho, hipocrisia e irracionalidade ainda permeiam muitas mentes, pré-conceitos mantém-se fortes, e continuaremos a ser julgados não só pela cor da pele, mas, principalmente, pelo saldo das contas bancárias.


Obviamente a vitória de Obama, principalmente num país sistematicamente racista e preconceituoso como os EUA, é um marco digno de parabéns não somente à ele, como ao povo americano que mostrou-se (ao menos a maioria) arrependido dos oito anos de xenofobia, terrorismo psicológico, entre tantos outros atributos do governo Bush.


Aplausos para ambos, Hamilton e Obama.


Meus parabéns!


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* Texto seria originalmente publicado na quarta-feira, 05/11.