sábado, 3 de novembro de 2007

Novo livro de Jorge Kajuru sai em breve


Está para ser lançado, nos próximos dias, o 3º livro do jornalista Jorge Kajuru, "Condenado a Falar" (foto acima), que como ele mesmo definiu: "É o retrato fiel do que eu penso, pensei até o dia de sua impressão (10/10/07) final."

Estou aguardando com bastante ansiedade a publicação. Kajuru, para mim, é um ídolo, um exemplo de jornalista, caráter e pessoa. Muitos podem discordar de sua maneira, por vezes exagerada, de noticiar algo, mas nunca poderão acusá-lo de sensacionalista e tampouco duvidar de suas palavras, pois, se existe alguém honesto nesse meio em que escolhi tentar a vida, este alguém é Jorge Kajuru.

Segue abaixo, em 1ª mão, o prefácio do livro assinado pelo Dr Sócrates Brasileiro, ex-jogador de futebol e amigo pessoal de Kajuru:

“Cássia dos Coqueiros é uma bucólica e aconchegante cidadezinha a pouco mais de cinqüenta quilômetros de Ribeirão Preto.

Tem um clima pra lá de agradável e um sem número de cachoeiras que são um convite a aventuras de toda espécie. Foi também conhecida durante muito tempo como sendo a sede de um dos maiores índices de prevalência da doença de Chagas no país.

Por culpa disso atraiu a atenção de pesquisadores da Faculdade de Medicina de minha cidade que passaram a estudar com prioridade a patologia. Foi nos laboratórios da Universidade que se aprofundou o conhecimento do mecanismo de ação do agente patogênico. Com tanta proximidade, criou-se uma espécie de estágio para os alunos da faculdade que deveriam passar duas semanas na cidade para aperfeiçoar seus conhecimentos e tomar contato com a prática médica.

Isso, no último ano do curso. Foi lá que conheci Jorge. Certa manhã, depois de uma noite um tanto complicada por algumas emergências, recebi a comunicação de que um jornalista me esperava no portão de entrada do posto de saúde. Depois de resolver algumas questões imediatas, recebi-o para uma entrevista.

Portava um imenso gravador de pilha e parecia não ter mais que quinze anos. Durante mais de duas horas, ele perguntou de tudo e de todos e se despediu aparentemente satisfeito com a atenção recebida e com o conteúdo da conversa. Voltei aos meus afazeres que não eram poucos.

No dia seguinte, ainda mais cedo que na véspera, ele retornou até o posto para pedir uma nova entrevista. Talvez comovido com a minha cara de espanto, ele rapidamente explicou que havia tido um pequeno problema - técnico digamos - no dia anterior e que não havia sido gravado nada: esquecera-se de colocar baterias no gravador. Dei uma sonora gargalhada e aquiesci ao novo convite. Mais duas horas de bom papo.


Um ano após, exatamente no dia em que cheguei a São Paulo para jogar no Corinthians, fui convidado por Osmar Santos a fazer uma visita à rádio onde trabalhava. Qual não foi o meu espanto quando vi o menino Jorge por lá. Foi a primeira face conhecida que encontrei no novo mundo. Perguntei-lhe como havia chegado ali e ele me disse que viera em busca de espaço para exercer a profissão que abraçara.


Dormiria na sala da redação de esportes por um tempo até se arrumar na cidade grande. Surpreendi-me com a firmeza e a coragem do garoto.

Muitos anos se passaram sem que tivéssemos a oportunidade de conviver mais proximamente. Ele rodava o país e eu o mundo.

Até que um dia recebi um estranho telefonema. Nem bem toquei no aparelho, percebi que estava no ar em alguma emissora de rádio. Adivinhem quem estava do outro lado da linha? Jorge, é claro. Comandava um programa bem na hora do jantar e estava acompanhado de nada mais nada menos que Juca Kfouri, João Saldanha e Telê Santana. Este, da Arábia.

Por mais de três horas ficamos ali a discutir tudo que se possa imaginar de esporte como se estivéssemos falando para todo o planeta. Pelo menos era esta a impressão que ele nos dava. Só no final descobri que a rádio era de Goiânia - de uma igreja - e que ele alugava o horário. A partir dali, passei a segui-lo por todos os cantos.


O jornalismo contundente que derrubou o governador goiano de então e que provocou a ira do atual, gerando como fruto uma enorme seqüência de processos, nunca o abalou. Ele sempre pareceu imune a estas tentativas de oprimir a sua liberdade. A pressão insustentável e a amizade de alguns fizeram-no retornar ao estado de São Paulo. Nestes últimos tempos, novos conflitos.

Abandonou uma confortável situação em um canal de TV quando conquistava o espaço para, enfim, comandar o programa com que sempre sonhara, por solidariedade ao homem que o havia contratado para a emissora embora o motivo tenha sido exclusivamente profissional. E foi absurdamente expurgado de uma outra grande rede de televisão por estar fazendo corretamente seu trabalho de noticiar os desmandos das classes política e esportiva do nosso país na entrada do estádio Mineirão, quando da partida entre Brasil e Argentina, alguns meses atrás. Mesmo assim, não se rendou aos poderosos.


Nos últimos meses, recusou uma série de propostas de trabalho fundamentalmente por não se sentir à vontade em ambientes pouco transparentes. Agora, ele segue a sua carreira aqui em Ribeirão Preto, mas apresentando programa diário, ao vivo, para todo interior de São Paulo, e também estado do Paraná. Com isso pude resgatar o convívio com um ser muito especial e terei a oportunidade de estar diariamente com ele. Por pouco tempo eu sei, pois um artista como ele, único e imprescindível, rapidamente voltará a voar. Por isso, enalteço a volta de Kajuru aos palcos da vida.”

Dr.Sócrates Brasileiro


Um comentário:

Unknown disse...

Sou um admirador nato de Jorge Kajuru, não a conhecia, mais a partir do momento que o vi na tv com aqueles assuntos polêmicos onde só falava o que achava verdadeiro, comecei admirar por demais.Infelizmente no Brasil um pais tão amado e querido por nós e pelo mundo, quando se fala a verdade somos penalizado muitas vezes chegando até a morte.Siga seu rumo Jorge, pois vc é um vencedor.Pois a verdade tem que ser dita sempre.Quero comprar este livro seu, pois tevi na Rede TV falando sobre o mesmo e fiquei muito interessado.Desu te abençoe. Ozair Caetano da Silva Anadia-AL