O texto chama-se "A mídia de porre" e foi publicado na Folha de São Paulo em 05 de maio de 2004 quando Kajuru escrevia para o jornal.
O tema é delicado, afinal nós, jornalistas (e aspirantes à tal) possuímos um compromisso, inerente a profissão, com a verdade.
Ao contrário de um ator ou um músico, os jornalistas não emprestam sua imagem pública ao anunciar um produto, mas sim a sua credibilidade conquistada com base nesse compromisso com a verdade.
Aí é que entra o perigo, já que a credibilidade é algo que se conquista, mas que não se empresta ou se vende. E principalmente que não deveria ter preço.
Vamos ao texto:
FUTEBOL
MÍDIA DE PORRE
JORGE KAJURU
ESPECIAL PARA A FOLHA
A lembrança do que definiu Tostão deve-se a outro artigo, de Marcos Augusto Gonçalves nesta mesma Folha. Mag, do time ético de Tostão, discute o papel de Ronaldo como garoto-propaganda de cerveja. Proponho o debate sobre a mistura de jornalismo com publicidade na TV. Há diferença entre jogador e jornalista na venda de cerveja? Sim, o jornalista não é artista e sobrevive de sua opinião e credibilidade.
O jogador vive dos pés, não da boca. Tem algo mais antiético ou imoral do que chamar o conhecido Parque Antarctica de Parque Schincariol só porque sua emissora tem patrocínio da Schin? Infelizmente jornalismo esportivo de verdade é raridade na TV. Muitos se embebedaram de vez, e os poucos que recusam esse tipo de porre logo poderão ser chamados de estranhos ou de dinossauros, como concluiu Tostão.
Prefiro a pré-história.
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