sábado, 26 de janeiro de 2008

Ditadura e censura contra os games

Games considerados "violentos" são banidos do país

Sob argumentos, no mínimo, levianos e inconsistentes como "os jogos violentos ou que tragam a tônica da violência são capazes de formar indivíduos agressivos, sobressaindo evidente que é forte o seu poder de influência sobre o psiquismo, reforçando atitudes agressivas em certos indivíduos e grupos sociais" a (in)justiça brasileira, através da 17ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado de Minas Gerais, proferiu sentença, no último dia 17, banindo jogos eletrônicos considerados violentos.

A Justiça Federal de MG e o Procon-GO, que já deu ínicio as atividades de recolhimento dos jogos nas prateleiras das lojas, mostram uma total desinformação e despreraro para lidar com essa questão.

Sem qualquer tipo de apuração, ou no mínimo o embasamento da opinião de especialistas (psicólogos, psicánalistas, etc) divulgaram a tão "afamada" decisão publicando nota no site oficial do Procon-GO sem sequer atentar a incostitucionalidade de tal ato, já que existe legislação vigente no país que regula e classifica os jogos eletrônicos no Brasil.

Como já disseram outros grandes nomes da imprensa especializada, essa proibição é um retrocesso e extremamente perigosa.

Ao contrário do que houve alguns anos atrás (quando outros games ditos violentos foram banidos, e mais tarde readmitidos no país), naquela época não havia legislação e/ou classificação oficial para essas mídias, o que fazia com que decisões baseadas em petições de advogados inúteis e desocupados (vide o "paladino anti-games norte-americano" Jack Thompson) tivessem validade.

Algo que não ocorre desta vez, já que a Lei está aí e não está sendo respeitada, justamente, por aqueles que deviam zelar por ela e fazê-la cumprir.

O que mais me preocupa nesse caso é que justamente entrávamos em 2008 com grandes expectativas de avanços em relação aos games no Brasil.

O Projeto de Lei 300/2007, que prevê benefícios fiscais para os games e produtos relacionados, tem grandes chances de ser votado e entrar em vigor ainda esse ano.

No entanto, um "tiro-no-pé" como esse pode acabar trazendo uma aura negativa para o tema, e, num ano que será marcado por eleições municipais, o lobby negativo pode acabar matando um dos únicos avanços, em matéria de legislação, que obtivemos nos últimos anos.

Como muito bem perguntou o editor da Rolling Stone, Pablo Miyazawa: "E será que depois de tantos progressos e vitórias no ano passado, começaremos 2008 regredindo?"

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