quarta-feira, 31 de outubro de 2007

Apertem os cintos pois a Copa vem aí!

Agora é oficial: o Brasil foi escolhido como o organizador da Copa do Mundo de 2014, exatos 64 anos após a realização da última Copa no país.

E a pergunta que me vem à cabeça agora é: Quem vai pagar a conta?

Se o Pan-Americano, realizado em apenas uma única cidade, e que sequer está entre os principais eventos esportivos do continente, chegou aos absurdos 4 Bilhões de reais (quase seis vezes mais que o orçamento inicial programado de R$ 700 milhões), quem dirá a Copa do Mundo, que é o evento esportivo mais aguardado em todo o planeta junto com os Jogos Olímpicos?

O presidente da CBF, Ricardo Teixeira, disse que não deseja a interferência pública na organização Mundial, e espera apenas que o governo encarregue-se da infra-estrutura do país, enquanto o Comitê Organizador irá buscar apoio na iniciativa privada para a realização de reformas nos estádios e na construção de todas as estruturas relacionadas exclusivamente ao Mundial.

Duvido muito, e vou pagar pra ver.

Na verdade acabaremos todos pagando pra ver, pois, exceto alguns clubes que apresentaram projetos relativamente concretos para reforma de seus atuais estádios, a maior parte está aguardando a empolgação e o lobby dos governantes de seus Estados arrebatarem uma das seis ou oito sedes restantes (de um total de doze sedes possíveis, quatro já estão mais do que definidas: Belo Horizonte, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo), para poderem mamar nas tetas do dinheiro suado de nossos impostos para realizarem as suas obras e engordarem suas respectivas contas bancárias.

Haja impostos, e haja paciência de todos nós para agüentarmos esses devaneios megalomaníacos que atacarão nossos (des)governantes na ânsia de exibirem a “melhor sede da Copa”.

Tomara que pelo menos os estádios que forem reformados e/ou construídos ajudem a criar um novo ciclo de modernização, ao menos, na estrutura física de nosso futebol, como foi gerado a partir do fim dos anos 1940 em nosso futebol, com a profissionalização dos atletas e os investimentos gerados em função da Copa que estava por vir.

Que pelo menos estádios modernos e adequados possam ser utilizados mesmo após a Copa, por que esperar dirigentes modernos e adequados ao nosso futebol e ao nosso país em “apenas” sete anos, já seria querer demais.

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