segunda-feira, 14 de julho de 2008

Profissão Repórter

Falta de doadores preocupa hospitais e bancos de sangue

Estoque está com nível muito baixo, e a situação é ainda pior com tipos sangüíneos raros.

Por Danilo de Pádua e Carol Cortez

foto: Christian Koenenkamp

A Fundação Pró-Sangue, responsável pelo abastecimento de cerca de 130 hospitais da Região Metropolitana de São Paulo, necessita de doadores dos tipos O Negativo e O Positivo.

Conhecidos como ‘doadores universais’, os portadores do tipo sangüíneo O Negativo são compatíveis com todos os demais tipos sangüíneos, tornando-se armas importantes no salvamento de diversas vidas.

Reconhecidamente um tipo sangüíneo raro, tem sido ainda mais difícil encontrá-lo nos bancos de sangue administrados pela Fundação Pró-Sangue, que atualmente mantém um estoque de cerca de 40% da quantidade considerada ideal para seu armazenamento.

Caso não haja uma mudança nesse quadro, muito em breve alguns hospitais estarão às voltas com uma séria crise nos tratamentos que envolvam a utilização do sangue doado, como transfusões, tratamento de anemia e, em alguns casos, a quimioterapia.

Mas qual seria o motivo dessa crise quase permanente nos bancos de sangue?

Segundo a assessoria de imprensa da Fundação Pró-Sangue, menos de 1,70% da população brasileira doa sangue anualmente. “Esse percentual de doadores é baixo dessa maneira, muitas vezes, por medo, ignorância e até desinformação da população” – completa o assessor Thiago Rosa.

Muitos também defendem a opinião do problema ter origem cultural. Acredita-se que pelo fato de o Brasil nunca ter sido atingido por guerras ou grandes tragédias (terremotos, maremotos, erupções vulcânicas, etc.), nosso povo acabou não desenvolvendo o hábito de doar sangue.

Na Europa, que foi massacrada por duas grandes guerras durante o século passado, a mentalidade das pessoas mudou devido às atrocidades desses conflitos. Ao verem parentes, amigos e inocentes feridos nos campos de batalha, as pessoas passaram a encarar o ato de doar sangue como um dever cívico. Mentalidade que permanece até hoje.

No Brasil, a maior parte das doações é vinculada, ou seja, é particular e destinada a repor sangue utilizado no tratamento de algum amigo ou parente, representando 52% do total doado. Mas quem doa para um amigo, dificilmente retorna para uma nova doação voluntária.

Muitos mitos e lendas assustam os potenciais doadores, histórias como ‘doar engrossa o sangue e entope as veias’, ‘doar sangue vicia’, ‘doar sangue provoca anemia’, etc. ajudam a completar esse quadro desfavorável.

Quem tem dúvidas sobre esses mitos, pode procurar a Fundação Pró-Sangue nos diversos postos de coleta espalhados pela capital Paulistana ou através do site (www.prosangue.sp.gov.br), e aproveitar a segurança de doar sob orientação do maior hemocentro da América Latina, referência da Organização Mundial de Saúde e dono do certificado de qualidade ISO 9001:2000 desde 1998.

Doar sangue é rápido, simples e seguro. Mas para quem precisa desse gesto de solidariedade, não é nada simples. Ele vale uma vida.

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Post dedicado aos colegas Chris e Carol, além de todo o corpo da assessoria de comunicação da Fundação Pró-Sangue, sem a ajuda de vocês esta matéria não sairia do papel.

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